Conteúdo Programático

O curso será realizado em duas partes. A primeira parte se refere à formação dos facilitadores, que será realizada em março por meio de quatro encontros. Os três primeiros encontros realizados em março, ministrados por assistentes sociais/pesquisadores de referência identificados inicialmente, pela ABEPSS, que se dispuseram a realizar esta tarefa militante, a saber: Marilda Iamamoto, Maria Helena Elpídio, Wagner Amaral e Ana Procópio. O último encontro será dedicado à reunião dos facilitadores e a diretoria da ABEPSS para definições operacionais e pedagógicas, com construção coletiva de instrumentais a serem utilizados no momento de realização das oficinas nas regiões e microrregiões. Esse primeiro momento será realizado por meio de plataforma digital e será gravado e disponibilizado amplamente para os participantes da formação e público em geral.

A segunda parte, refere-se a realização das oficinas nos Estados, onde os facilitadores formados no primeiro momento deverão assumir a liderança do processo formativo nos Estados. Estas oficinas serão realizadas de forma presencial na maioria dos Estados e de forma híbrida, em algumas exceções. A carga horária dessas oficinas será de oito horas e os turnos serão definidos de acordo com a melhor dinâmica para cada Estado. Em alguns estados pela sua dimensão territorial, serão realizados dois encontros na região. As oficinas deverão ocorrer nos Estados de abril a junho. A partir da realização das oficinas nos Estados, cada Unidade de Formação Acadêmica que participou do processo, deverão realizar modificações e/ou adequações dos projetos pedagógicos em vigor, visando a construção de uma efetiva política curricular que construa e fortaleça uma formação profissional anti racista e indígena. Essa é uma etapa fundamental do processo e deve envolver todos os sujeitos que tem influxo no processo formativo em cada UFA, a saber: docentes, discentes, assistentes sociais egressos das UFAS, supervisores de campo, dentre outros.

Esse processo todo visa agregar novos sujeitos ao debate posto pela ABEPSS e com isso, fortalecer a defesa de uma nova perspectiva de formação nos colegiados dos cursos de Serviço Social; em articulação com os CRESS, por meio das Comissões de Formação e os Comitês Antirracistas; e a defesa de um projeto profissional crítico que apreenda o Serviço Social, enquanto um tipo de trabalho especializado que é partícipe da divisão social do trabalho e que encontra determinações concretas que o condicionam na sociedade capitalista, tendo a formação antirracista e indígena como centralidade que a quadra histórica atual impõe ao processo de formação, bem como os debates sobre a curricularizaçao da extensão.

Outros elementos primordiais somam-se para a realização deste projeto, dentre eles destacamos: o reforço da docência como parte do exercício da profissão, frente ao crescimento expressivo de profissionais que se inserem nas UFAs indicando a necessidade de melhor formação e compreensão do projeto de formação do Serviço Social, a necessidade de ampliação da interlocução das UFAs com os CRESS (fortalecimento das comissões de formação e fórum de supervisores de estágio nos Estados), as possibilidade de novas filiações à ABEPSS, adequação dos currículos ao debate das relações étnico-raciais, fortalecimento dos colegiados, novo mapeamento da implantação das DC e seus desafios.